terça-feira, 8 de janeiro de 2013

nO ii fEstivAl dO fIlmE AnArquIstA & pUnk dE sÃO pAUlO (2013)

nós, do cin’surgente, adoramos ter participado do ii festival do filme anarquista e punk de são paulo (de 13 à 15 de dezembro de 2013)! tanto exibindo o filme “dos canibais” de léo pimentel, quanto participando das oficinas (em especial a oficina “produção de vídeo” do coletivo rua de fazer), dos debates que precediam aos filmes e das discussões em geral sobre movimentos libertários. sem falar na ansiedade que agora estamos sentindo, por causa do tanto que gostamos de ter participado, que mal podemos esperar pelo próximo.

antes de tudo, agradecemos a tod#s que conseguiram garantir a realização do festival: marina knup, avelino regicida, elaine campos, ruivo lopes, juliano angelin e clayton joão – do morro produçõesanarcofilmes & imprensa marginal. também agradecemos a tod#s que se tornaram noss#s nov#s amig#s: em particular ao gustavo pagador e ao paulo neto (lico) e, em especial, à sheyla de melo que nos acolheu na melhor maneira possível.

depois desses agradecimentos, algumas considerações:


§ 1. do cin’surgente à descoberta do festival do filme anarquista e punk de são paulo

o cin’surgente nasceu das necessidades da desobediência cinematográfica e da rebeldia diante à hiper-exposição às imagens que sofremos desde criancinhas. dessas necessidades foi preciso sistematiza-las em estratégias libertárias. e assim, por dois anos (2010 e 2011) mantivemos um cineclube “faça vc mesm#” (o cin’surgente [t¹]), em uma garagem descorada como uma tenda beduína e cigana (perfume do deserto – café-garagem), onde nos deseducamos cinematograficamente. a cada semana assistíamos a um filme e debatíamos “desconstrutivamente” sobre ele. como resultado dessa deseducação autodeterminada, na primeira metade do ano de 2012 escrevemos um livro, que serve mais como um diário de bordo, chamado “cin'surgente: o livro” [t²] e na segunda metade do mesmo ano iniciamos a realização de filmes experimentais [t³], os quais tanto sua forma quanto seu conteúdo deveriam ser libertários – dos experimentos de pensamento e sensibilidade passamos aos pensamentos e sensibilidades experimentos. 

do cineclube, passando por um “diário de bordo” e culminando na realização de filmes, o passo seguinte seria a participação em festivais. mas... que festivais? 

a resposta a essa pergunta, somente poderia ser dada desde o nosso comprometimento original da desobediência cinematográfica e da rebeldia à hiper-exposição às imagens. e assim, demos início a uma procura sistemática para descobrir algum(ns) festival(is) que pudesse(m) ter afinidade(s) ou que estivesse(m) aberto(s) a experimentos como os nossos. bom, de critérios obscuros de seleção dos filmes, do silêncio d#s selecionador#s aos nossos e-mails, da inexistência do gênero “experimental” e da falta de interesse na criação de outra especificação, da máquina de editais para a indústria de festivais “consagrados”, parecia não existir espaço algum para nossos pensamentos e sensibilidades experimentos. até que encontramos o festival do filme anarquista e punk de são paulo. 


§ 2. no ii festival do filme anarquista e punk de são paulo (2013)

quem mais atent# à crítica radical do assistir e realizar filmes, se não anarquistas, punks, vídeo-ativistas e cineastas engajad#s? pois então, eis que surge a possibilidade de entrar em contato, colaborar e fazer grandes amizades com outras pessoas de espíritos também libertários!

em primeiro lugar, a casa que serviu para o festival, no brás, zona leste de são paulo: casa esta que no ano de 2012 sediou o centro anarquista e ação direta. logo na entrada uma imensa faixa preta onde estava escrito, “onde estiver o poder, estará a resistência – autonomia, liberdade, ação direta, auto-gestão, antifascismo, apartidarismo, horizontalidade”. adentrar por sua porta foi como entrar num magnífico quilombo libertário; um convite para dividir um espaço com pessoas, até então desconhecidas, para viver uma proximidade onde não mais se precisava correr atrás de utopias, e sim realiza-las. a primeira ideia que me veio à mente ao dar o primeiro passo para dentro foi “sumak kawsay” (do quéchua ao português: bem viver). já que passaríamos os próximos dois dias como verdadeir#s jardineir#s habilmente zelando mutuamente uns/umas d#s outr#s, dos espaços da casa, de seus arredores e das nossas ideias.

cada cômodo da casa e cada área externa próxima, uma realização utópica: tendinhas de material libertário e comida vegana, o sarau sangue, suor e poesia libertária e a apresentação de rap feminista juntas na luta; os desenhos “árvore, rosa preta murcha, navalha, prego, suicida e a folha”, de nû, as artes punks e feministas, de kika; as pinturas “como a matéria que habita o vácuo”, de juliano angelin, as fotografias “squats e espaços libertários na europa”, de marina knup; as oficinas de “produção de vídeo”, do coletivo rua de fazer e de “câmera pinhole”, com renato (coletivo cultive resistência); o teatro da trupe lona preta com a peça “o perrengue da lona preta”; as rodas de conversas; as exibições dos filmes; e as amizades que estavam sendo firmadas pelos corredores, escadas, alpendre e quintal. 


§ 3. “dos canibais” à anarco-antropofagia futura 

da exibição do nosso filme “dos canibais” (2012) no domingo à tarde (15/12/13), antecedida por dois desligamentos inesperados do equipamento que o exibiria, esperamos outras festas degustativas: que o cin’surgente junto ao do morro produções, ao anarcofilmes & imprensa marginal, e ao coletivo rua de fazer estreitemos nossos laços. que não só esperemos pelo iii festival do filme anarquista e punk de são paulo em 2014, como também façamos algum tipo de prévia “de bolso” do festival aqui em brasília. 


abraços, resistência libertária e re-existências
sandra & léo
cin’surgente - 2014


--- (A) ---

cIn'sUrgEntE mEncIOnAdO nO dEbAtE sObrE cInEmA E AnArquIsmO nA rÁdIO cOrdEl lIbErtÁrIO

no 65º programa ao vivo "cinema e anarquismo" realizado dia 24/04/2014, aconteceu um debate sobre esse tema com xs organizadoxs do festival de filme anarquista e punk de sp, no qual falaram sobre a experiência das duas edições desse mesmo festival e o papel que o cinema tem para o anarquismo e o punk ontem e hoje.

participamos do festival com o filme "dos canibais":
http://cinsurgente.blogspot.com.br/2014/01/cinsurgente-no-ii-festival-do-filme.html

para escutar e baixar clique aqui: cinema e anarquismo.mp3

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